Mascates e o grito coletivo de “Andorinha”: quando a música vira resistência contra o egoísmo cotidiano
- hatcatmarketing
- 6 de abr.
- 2 min de leitura
Num mundo onde a pressa atropela a escuta, a solidão é romantizada e o “se vira” é lema, a Mascates canta o verso: “Andorinha não faz verão sozinha”.
A banda Mascates chega com o novo single “Andorinha” e… olha só! Que música boa para escutar! A faixa começa com aquele rock bem brasileiro, com guitarras que pedem para dançar, mas também funcionam bem naquele momento de fone no ouvido, mais de boa.
Logo nos primeiros versos, a canção já diz a que veio: “Cansado, esgotado e sem vida boa / Como é acordar sem ver o sol nascer?”. A música narra com sensibilidade esse estado de exaustão que parece ter virado nosso modo padrão de existir. E faz isso com melodia leve, quase dançante, criando um contraste proposital com o peso do que está sendo cantado. O refrão é mantra: “Lembre-se que uma andorinha não faz verão sozinha”. Repetido como quem tenta acordar alguém de um transe.

Para quem ainda não conhece, a Mascates é umas das bandas que ͏ carregam na música o que são na vida. Formada em 2014 entre Recife e Olinda, o grupo tem três irmãos (Beto, Felipe e Rafael Menezes) e um amigo de infância (João Mesquita).
Desde o primeiro álbum, ͏ que saiu em 20͏18, eles têm criado esse som que não sente vergonha de ser ͏ vários. Em “Andorinha” isso aparece com ainda mais força: produção do Iuri Brai͏ner, mix pelo Léo D. (Mundo Livre ͏S/A, Johnny Hooker) e master feito por Júnior Evangelista (Geraldo Azevedo, Elba ͏Ramalho). A arte, assinada pelo Arthur Sales, segue a visão dos singles antes (“Eu Quero Com você” e “Vai Ter Mormaço!”)
A música também toca num ponto delicado dos nossos tempos, onde a gente romantiza demais as chamadas “relações de baixa manutenção”, “Andorinha” vem como um lembrete necessário: a conexão real importa. Precisamos do outro para viver bem, não só nos momentos bons, mas para lembrar que abraço, presença e afeto são revoluções diárias. E se hoje ser carinhoso virou quase um ato político, a Mascates canta isso com força: viver sem encanto não é vida. Viver sem afeto... também não.

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